Lula promete levar a voz dos estudantes à COP30

por Assessoria de Imprensa


Luziânia (GO) — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende levar a voz dos estudantes da rede pública para a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30), mês que vem, em Belém. E o fará por meio de uma carta que entregará, pessoalmente, a cada chefe de Estado e de governo que participar do evento, na qual estará registrado o comprometimento dos alunos com o meio ambiente, incluindo o respeito aos povos originários, prevenção de riscos e combate à discriminação.

“Vamos ter a reunião de chefes de Estado, em Belém, e quero entregar uma carta dessas para cada presidente de país estrangeiro. Quero que saibam o grau de maturidade política, de maturidade climática, que tem o nosso jovem. Tem muito presidente que não tem noção de quanto gás de efeito estufa uma bomba solta no planeta”, frisou Lula, ao discursar na VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, que se realiza até amanhã em Luziânia (GO). Segundo o presidente, nenhum outro país do mundo se esforça tanto pela conservação do meio ambiente quanto o Brasil.

“Ninguém pode dar lição de moral ao Brasil sobre a questão do clima. Não somos os donos da verdade, não sabemos de tudo e não podemos tudo. Mas não tem ninguém fazendo mais do que nós com a dedicação que estamos fazendo”, enfatizou.

Realizada no Centro de Treinamento Educacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), a VI Conferência reuniu 800 pessoas de todo país, incluindo mais 400 alunos de 11 a 14 anos de idade, professores, acompanhantes e representantes das comissões organizadoras estaduais. Foi a última etapa de um processo que mobilizou 8.732 escolas, de 2.307 municípios. Os participantes vão formular a carta que Lula promete levar à COP30, com os compromissos dos jovens com o meio ambiente e as demandas ao poder público.

Turismo

Lula sinalizou que pensa em lançar um programa de turismo para os estudantes, pois considera que os jovens devem, primeiramente, conhecer o Brasil para, depois, visitarem outros países. “Tenho brigado com o ministro do Turismo (Celso Sabino) que temos que fazer publicidade, incentivo para que a meninada das nossas escolas que têm vontade de ir para a Disney, de ver o Mickey, o Pateta… Acho que tem que ver mesmo as coisas que são ricas para a sobrevivência da humanidade. Por que a gente não pega nossas crianças e faz um turismo pelo Rio Amazonas? Pelo Rio Tapajós? Pelo Rio Solimões?”, questionou, observando que o Brasil desconhece grande parte das reservas naturais que mantém.

“A gente não tem noção de quem somos ainda. Só temos conhecimento de 30% das nossas riquezas minerais. Tem 70% que a gente não conhece. A gente não tem um mapeamento, não tem conhecimento da terra rara ainda, e o mundo inteiro está brigando por isso. Terra rara, na verdade, é aquela em que a gente nasce, aquela onde pisa o pé”, disse.

Lula também criticou o gasto de US$ 2,7 trilhões com armamentos no mundo e os conflitos, citando, especificamente, os ataques de Israel à Faixa de Gaza. “O que você vai fazer com as milhares de mulheres e crianças inocentes que morrem na Faixa de Gaza? O que você vai fazer para as pessoas que foram assassinadas pelo Hamas? Essas vidas você não recupera”, afirmou.

Também participaram os ministros Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Camilo Santana (Educação) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência). Aos estudantes, Marina disse que a promoção de um ecossistema saudável só é possível com democracia, ouvindo a população, o que inclui as crianças e adolescentes. Destacou, também, a redução do desmatamento na Amazônia (46%), no Cerrado (25%) e no Pantanal (77%) desde o início da gestão, e alfinetou países que criticam as políticas ambientais brasileiras.

“É muito fácil defender o meio ambiente no país dos outros. Difícil é ter desmatamento zero em seu próprio país”, criticou a ministra, referindo-se à meta de pôr fim ao desmatamento ilegal no Brasil até 2030.

Camilo, por sua vez, afirmou que a proteção ao meio ambiente deve estar presente no dia a dia das escolas. “Foi um ano inteiro de discussão nas escolas, mas esse tema tem que ser permanente, em todos os níveis”, enfatizou.

Aos jovens, Macêdo lembrou que as conferências nacionais foram todas suspensas no governo de Jair Bolsonaro e retomadas por Lula. “Temos oito programadas para este ano, e estamos dialogando com mais cinco ministérios para fazer outras cinco, no ano que vem. Vamos chegar ao fim (do governo) com mais de 30 conferências realizadas”, salientou.

 


  • Google Discover Icon





Source link

Related Posts

Deixe um Comentário