Segundo a pesquisa, 49% dos entrevistados consideram que Lula saiu mais forte da conversa com Trump, enquanto 27% acham que ele saiu mais fraco. Não apenas ele, mas o país se fortaleceu. A ausência de diálogo entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos é sempre ruim, independentemente da posição política de cada um. Esse canal precisa existir entre os dois chefes de Estado. Quando há apenas trocas de acusações pelas redes sociais, é muito negativo.
Outro ponto que teve grande apoio popular foi a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. É uma proposta antiga que o governo anterior defendeu, mas não fez. O governo Lula conseguiu uma forma de implementar que tranquilizou os economistas, porque cobriu o gasto com medidas compensatórias. Mesmo aqueles que não consideravam a medida uma prioridade, reconheceram que o projeto foi bem desenhado. A pesquisa mostra que 79% da população é favorável à isenção.
Além disso, diminuiu o número de brasileiros que acham que a economia piorou. Há mais pessoas dizendo que ela melhorou e mais gente com expectativas positivas para os próximos meses.
A economia, de fato, vive um bom momento. O desemprego está baixo, e a atividade não desacelerou como se temia. Havia o risco de o PIB ficar negativo no terceiro trimestre, por causa dos juros altos e do impacto das tarifas, mas agora os economistas já esperam um resultado levemente positivo. O país cresceu este ano e manteve os empregos.
A inflação dos alimentos, que era uma grande preocupação, também começou a ceder. O IPCA que será divulgado amanhã deve mostrar mais uma desaceleração. Esses fatores, somados às iniciativas do governo, explicam o aumento da parcela da população que avalia a economia de forma mais favorável ou que espera melhora no futuro.
Em geral, o brasileiro sempre tem preocupações econômicas, e o desempenho da economia influencia a aprovação do governo. A pesquisa Quaest mostra uma mudança importante: em dezembro, a economia era a principal preocupação dos brasileiros; agora, a violência ocupa o primeiro lugar, seguida dos problemas sociais, com a economia em terceiro. É uma mudança de percepção em menos de um ano.
E é natural que a economia continue entre as maiores preocupações, afinal, ela está no cotidiano de todos. Mas é positivo que a economia tenha deixado de ser uma obsessão diária, porque isso mostra que as pessoas estão voltando a olhar para outros problemas do país. E especialmente este ano que o Brasil enfrentou dois choques importantes: o dos juros altos e o das tarifas e, ainda assim, a economia resistiu melhor do que se esperava.