PF investiga fábricas clandestinas de bebidas na Grande São Paulo

por Assessoria de Imprensa


A Polícia Federal realizou, na manhã desta quinta-feira (2), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), fiscalizações em indústrias de bebidas nas regiões de Sorocaba e da Grande São Paulo. Entre os alvos, está um depósito que recebe as garrafas de bebida com suspeita de adulteração em Embu das Artes e um local suspeito de ser uma fábrica e distribuidora clandestina de bebidas em Pilar do Sul, na região de Itapetininga.

“A operação teve como objetivo apurar indícios de adulteração, mediante utilização de insumos químicos fora das concentrações permitidas pela legislação sanitária, garantindo a proteção do consumidor”, informou a PF em nota. De acordo com a entidade, foram coletadas amostras das bebidas, que serão submetidas à análise técnica tanto pelo MAPA quanto por laboratórios especializados sob supervisão da PF.

“As verificações vão permitir avaliar a conformidade dos insumos químicos, a existência de componentes proibidos ou em níveis superiores aos permitidos e identificar a autoria, as circunstâncias e a extensão das irregularidades”, informou.

A operação é a primeira da Polícia Federal realizada no estado. Como mostrou O GLOBO, a contaminação de bebidas por metanol já está sendo investigada pela Polícia Civil paulista. Apesar da promessa de cooperação entre as forças de segurança, ainda há divergências sobre a principal linha de apuração a ser adotada. O governo estadual afirma não haver indícios da participação da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto a PF não descarta a hipótese.

A possibilidade, levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), é que, após a Operação Carbono Oculto, em agosto — que fechou distribuidoras ligadas ao PCC acusadas de usar metanol em combustíveis — o produto tenha sido repassado a destilarias clandestinas e falsificadores.

Nesta terça-feira, 30, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou a abertura de inquérito para investigar as notificações de intoxicação, que já ultrapassam os limites de São Paulo. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que o envolvimento da facção será apurado.

O anúncio do governo federal ocorreu poucas horas antes de uma coletiva convocada às pressas pelo Palácio dos Bandeirantes, na qual o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) descartou a participação do PCC.

— Em São Paulo, tudo o que acontece dizem que é o PCC. Mas não há evidência alguma da participação da facção. Os inquéritos abertos apontam pessoas que atuam em destilarias clandestinas e que fraudam bebidas rotineiramente, sem relação com o crime organizado — afirmou.

O número de casos investigados por suspeitas de intoxicação por metanol no estado de São Paulo subiu para 41 nesta quinta-feira (2) de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde. Além da capital paulista e de São Bernardo do Campo, na região metropolitana, também estão sendo apurados casos em Santos e São Vicente, no litoral paulista, e em Ribeirão Preto, no interior. Um caso foi confirmado no município de Guarulhos. Cinco mortes suspeitas foram registradas, com uma confirmada na capital paulista.



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