Na Escola Estadual José Antônio Pereira, em Campo Grande, filosofia deixou de ser só teoria e virou jogo de tabuleiro. Inspirados pelo professor Osvaldo Júnior, alunos do 3º ano confeccionaram cartas, desafios e até o tabuleiro para transformar pensadores clássicos em personagens de uma disputa que mistura conhecimento e diversão. O objetivo é facilitar a compreensão da disciplina e preparar a turma para o Enem.
Professor de escola estadual em Campo Grande desenvolveu um jogo de tabuleiro para ensinar filosofia de forma lúdica. A iniciativa, que está em sua segunda edição, foi criada com alunos do 3º ano do ensino médio, que participaram desde a pesquisa teórica até a confecção do material. O jogo utiliza cartas com questões filosóficas e desafios, onde os participantes avançam ao acertar as respostas. Segundo o professor Osvaldo Júnior, a ferramenta auxilia na preparação para o Enem e tem mostrado resultados positivos, com alunos demonstrando maior interesse pela disciplina e melhor compreensão de conceitos complexos.
“Nós fizemos na escola um jogo de filosofia. Tem o conteúdo de diversos anos e foi realizado por uma turma do terceiro ano. Foi confeccionado pelos alunos durante as aulas”, explica o professor.
No jogo, cada equipe lança o dado e só avança se acertar a questão filosófica sorteada no card. Caso caia em uma casa com desafio e erre a resposta, o jogador precisa cumprir a prova indicada. O método, segundo Osvaldo, ajuda os estudantes a memorizar conceitos-chave.
“A ideia foi pensar em alguma coisa que pudesse trabalhar os conteúdos que caem bastante no Enem de uma forma lúdica. Se o aluno souber associar a frase ‘o homem é o lobo do homem’ a Thomas Hobbes, por exemplo, ele já tem condições de acertar a questão, mesmo sem ter lido o Leviatã”, detalha o professor.
O projeto começou em 2023 e chegou à segunda edição este ano. A proposta envolveu desde pesquisas teóricas até oficinas de design. “Eles fizeram um minidicionário de filosofia, aprenderam a usar o Canva, montaram as cartas, plastificaram e criaram até a caixa do jogo. Levou algumas aulas, mas no fim conseguimos concluir tudo”, lembra.
O resultado foi tão positivo que a disputa se transformou em torneio dentro da escola, com direito a notas atribuídas conforme o desempenho no jogo. Alguns alunos chegaram a pedir para continuar as partidas em outras aulas. “Eles se envolvem bastante porque têm esse elemento da disputa, do desafio”, diz Osvaldo.
Segundo o professor, a experiência mostrou que é possível traduzir pensamentos complexos de maneira acessível. “O desafio do professor de filosofia é justamente tornar o conteúdo compreensível. O jogo ajuda muito, porque faz os alunos se lembrarem de palavras e conceitos-chave”, destaca.
Agora, a ferramenta também começa a ser usada com outras turmas. Segundo Osvaldo, o tabuleiro serve como porta de entrada de conteúdo para todos. “É uma forma de responder questões simples e, a partir delas, compreender as mais complexas”, conclui.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.