Após 100 dias de internação, o estudante Pedro Henrique Pires, 17 anos, recebeu alta hospitalar depois de passar por um transplante do coração em uma unidade de saúde particular em Recife. Ao deixar o hospital, o jovem agradeceu à equipe médica. “Foi bem difícil, mas sem vocês eu não conseguira. Obrigado por tudo”, afirmou Pedro em discurso emocionado ao lado do pais.
Ao Correio, a mãe do jovem, a corretora Joana Pires Ferreira, conta que Pedro deu entrada no hospital em junho com fortes dores abdominais. “A gente achou que era infecção intestinal, quando na verdade, Pedrinho com insuficiência cardíaca grave”, relata.
Por conta do diagnóstico, o coração de Pedro precisou de máquinas para continuar batendo. “O coração dele ia se deteriorando cada vez mais até chegar ao ponto do coração dele praticamente parar”, conta a mãe. Como os medicamentos não surtiram efeito, a única alternativa para o jovem era o transplante cardíaco.
De acordo com a mãe, por conta da gravidade do caso, Pedro foi e priorizado na fila nacional de transplante. Ele recebeu o transplante 25 dias após a entrada na fila, em 16 de agosto. Durante o período de espera, a família de Pedro começou uma campanha pelas redes sociais que contou com o apoio de artistas e influenciadores, como o jogador Neymar.
O coração que salvou a vida do adolescente veio da Bahia. Segundo a corretora, a família de um jovem de 18 anos autorizou a doação. “Eu vou ser eternamente grata a mãe desse garoto que em um momento de tanta dor ajudou a salvar outras vidas”, afirma Joana. Além do coração, a família do jovem baiano também autorizou a doação do fígado e dos rins para outras pessoas.
Após a cirurgia, Pedro iniciou uma longa e árdua fase de recuperação. Ele precisou reaprender a falar, engolir, tossir e andar, e continua com sessões diárias de fisioterapia e fonoaudiologia.
Atualmente, o jovem toma 16 medicamentos, incluindo imunossupressores, que são essenciais para manter a imunidade baixa e evitar a rejeição do novo coração. Pelos próximos seis meses após o transplante, ele permanecerá em isolamento, usando máscara para prevenir qualquer tipo de infecção.
Joana também faz um apelo pela doação de órgãos. “Se as pessoas se conscientizassem da importância da doação de órgãos, como pode salvar tantas vidas, talvez a gente nem tivesse fila de transplante no Brasil”, afirma a mãe de Pedro.